domingo, 18 de janeiro de 2009

(google image)
Depositei toda a minha esperança nos braços de um amor destinado a fracassar. E ainda assim acreditei que tudo seria diferente. Tu disseste que seria diferente, prometeste. Fizeste de mim a tua mais bela cobaia e eu aceitei. Esperei-te anos à fio. Chorei-te como nunca havia chorado por mim. Abracei a tua ausência e reneguei o meu próprio reflexo na esperança que o teu rosto reflectisse aquilo que sentia e ainda sinto. O teu nome doía-me, cada letra era uma açoitada na retaguarda, mas ainda assim lia-te, escrevia-te poemas e pincelava-te no meu próprio rosto, fazendo das minhas lágrimas o sangue que nunca me viste derramar. Permaneci nua durante meses, nudifiquei-me de ti e das tuas promessas. Mas, para quê? Os meus olhos lacrimejavam enquanto te imaginava nos braços da outra, o meu mundo ruía de baixo dos meus pés e eu me isolava entre as cobertas, fazendo do meu corpo a minha própria gruta onde nunca, jamais me voltarias a encontrar....até o dia em que tu voltaste.